12 meses do Programa MIT-Portugal
Indústria é a grande prioridade para 2008
Depois da aposta nas universidades, no sistema de ensino e nos centros de investigação, chegou a hora das empresas.
(na foto, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago)
A indústria vai ser o principal alvo do Programa MIT-Portugal, que celebra amanhã o seu primeiro aniversário. O programa tem como objectivo promover as capacidades científicas e tecnológicas nacionais e reforçar a cooperação universidades/empresas.
O balanço feito pelos seus responsáveis é positivo mas, depois da fase de preparação e estruturação dos programas de ensino, e do lançamento de concursos públicos para a contratação de alunos e investigadores, chegou a hora da criação de redes temáticas com as empresas industriais, "de modo a garantir a valorização económica do conhecimento científico gerado pelas parcerias com o MIT, bem como a sua apropriação social", afirmou hoje em conferência de imprensa Paulo Ferrão, coordenador nacional do programa.
A conferência realizou-se no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, e contou também com a presença de Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Phil Clay, reitor do MIT, Dan Roos, coordenador internacional do programa, e Thomas Magnanti, antigo reitor do MIT na área de engenharia.
Em todo o caso, já há resultados concretos no tecido industrial português do programa desenvolvido com o apoio do Massachusetts Institute of Technology.
O mais emblemático é o investimento da empresa malaia de alta tecnologia AGNI numa fábrica de pilhas de combustível, que prevê a criação de um Centro de Investigação e Desenvolvimento e a contratação, numa primeira fase, de 67 doutores e mestres. Este projecto foi planeado em total articulação com o programa apoiado pelo instituto norte-americano.
A energia foi, aliás, um dos sectores onde se verificou a participação das principais empresas portuguesas, através da sua afiliação no programa. EDP, EDP Inovação, Efacec, Galp Energia, REN, Martifer e Deimos, além da AGNI, comprometeram-se formalmente em aumentar em 50% o investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) e em garantir 60 novos contratos de doutores e 100 novos contratos de especialistas até 2011, bem como duplicar o registo internacional de patentes em dois anos.
O mesmo aconteceu com o sector automóvel, onde os principais actores nacionais estão também envolvidos: Autoeuropa, Amorim Industrial Solutions, Inapal, Simoldes, Plasdan, Celoplás, Iber Oleff, Manuel da Conceição Graça, Sunviauto, TMG e CEIIA.
Phil Clay: coordenação difícil
O reitor do MIT, Phil Clay, faz também um balanço positivo dos doze meses do programa mas, em declarações ao Expresso, reconhece que "nem tudo corre bem, pois há algumas dificuldades em coordenar a participação de mais de vinte instituições em todo o processo, cada uma com a sua cultura e o seu modo de funcionamento".
Clay está, no entanto, optimista e diz que "em 2008 as prioridades devem voltar-se para a indústria portuguesa", acreditando que "a capacidade científica e tecnológica nacional vai sair certamente reforçada".
No primeiro ano de actividade do MIT-Portugal estiveram envolvidos 60 professores do instituto norte-americano (incluindo um Prémio Nobel), 180 professores e investigadores de sete universidades nacionais e de 11 centros de investigação. Foram lançados concursos para a atribuição de 70 bolsas para concursos de doutoramento e pós-doutoramento, tendo concorrido estudantes nacionais e estrangeiros de diversas origens (Espanha, Grécia, Brasil, Itália, Finlândia, Roménia, Moldávia).
Quanto aos programas de Formação Avançada, mobilizam já 130 alunos. O MIT-Portugal está centrado nos sistemas de engenharia e em quatro áreas específicas: design e processos de fabrico avançados, sistemas sustentáveis de energia, sistemas de transporte e bioengenharia.
In Expresso, por Virgílio Azevedo.
Noticia enviada por Raul Sousa, nº13, 9ºC
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